domingo, 26 de julho de 2009

de longe

tem um copo de vinho, tinto, à sua frente. e um amigo, bêbado, que lhe diz verdades sobre a sua vida. dos amigos que fez e não soube manter, das longas relações que teve e do nada que aprendeu com elas. das várias pessoas que vai sendo durante a vida, conforme a necessidade.

agora são bem mais velhos do que quando se conheceram. a amizade foi bem menos do que poderia ter sido, nunca, certamente, por sua culpa. a mesa, suja como roupa em tanque, diz um pouco da noite que passa. a conversa se estende, um monólogo interrompido por vários "tens razão". ouve que tem que mudar, que aquela merda toda só vai ter um fim, que é uma solidão orgulhosa e crente de uma camaleónica perfeição

ele não nega o que ouve. por vezes, desculpa-se. depois apaga as palavras e segue sendo aquilo que não é.


quarta-feira, 22 de julho de 2009