terça-feira, 4 de dezembro de 2018

10

"olha para trás... vês? o tanto e tão pouco que passou? como foi rápido, tanto tempo... tanto que parece que foi ontem, tão pouco que parecem 10 anos.

lembras do nosso andar despreocupado, rostos morenos, em praias de cinema, sorrisos largos? e desses mesmos sorrisos largos em loucas brincadeiras a quatro, agora? nesses entretantos, em que nos perdemos e nos encontramos tantas vezes, vês tudo o que criámos?

tenho orgulho em ti, e mesmo nas vezes em que falhei as palmas que te prometi, nesse conluio de comodismo e inércia, a minha admiração está aqui, com o mesmo vigor e intenção. nos caminhos que pisámos, lado a lado, um a puxar pelo outro, olho para a frente... os nossos passos pela areia. vês? vamos continuar a caminhada!

vamos continuar a andar, por que a estrada é boa. vamos buscar os mapas antigos que usámos, aqueles de olhos cheios de brilho e almas cheias de carinho. usá-los em caminhos novos e fazê-los melhores. fazer planos, vivê-los juntos. eu sei que conseguimos."

monologa ele, enquanto ela, atarefada, corre atrás dos miúdos malucos que gritam a felicidade.




segunda-feira, 28 de setembro de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

delírio em viagem

"é tão bom o conforto de casa - penso quando volto de uma semana de férias. mas vai ser só este fim de semana, depois volto à estrada. agora quero aproveitar: o banho quente, a comida quente, os amigos e a família. é tão bom o conforto de casa.

a minha cama, os lençóis fofos e a almofada de sempre. os amigos de sempre. mas é só este fim de semana, depois volto à estrada.


o jantar com a família, cerveja com os amigos. agora quero aproveitar. é tão bom o conforto de casa"


agora acordo. onde estou? por quê durmo sentado, de pernas esticadas sobre o assento dianteiro?

onde estou? onde estou? onde estou?


a caminho de santa cruz de la sierra, bolivia



domingo, 16 de agosto de 2009

charlie papa alpha

cascais tower, charlie sierra alpha papa alpha on right downwind runway one seven for full stop landing

charlie papa alpha, you´re number one.

number one, charlie papa alpha.

cleared to land, charlie papa alpha.

cleared to land, charlie papa alpha.

parabéns charlie papa alpha, turn left on next taxiway and contact ground on one two one decimal eight two



domingo, 9 de agosto de 2009

da janela

paço de arcos, 6 de agosto, 21h53

domingo, 26 de julho de 2009

de longe

tem um copo de vinho, tinto, à sua frente. e um amigo, bêbado, que lhe diz verdades sobre a sua vida. dos amigos que fez e não soube manter, das longas relações que teve e do nada que aprendeu com elas. das várias pessoas que vai sendo durante a vida, conforme a necessidade.

agora são bem mais velhos do que quando se conheceram. a amizade foi bem menos do que poderia ter sido, nunca, certamente, por sua culpa. a mesa, suja como roupa em tanque, diz um pouco da noite que passa. a conversa se estende, um monólogo interrompido por vários "tens razão". ouve que tem que mudar, que aquela merda toda só vai ter um fim, que é uma solidão orgulhosa e crente de uma camaleónica perfeição

ele não nega o que ouve. por vezes, desculpa-se. depois apaga as palavras e segue sendo aquilo que não é.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

feliz com muito

















qual o resultado?


sexta-feira, 12 de junho de 2009

há dez anos

há dez anos eu não me sabia o que sou hoje. era 1999 e eu tinha 15/16 anos, estava feliz por que ia de férias pro brasil e ia voltar de lá sabendo que ia voltar pra lá para morar de vez (...). achava que quando tivesse 25 anos ia ser um homem. A minha cara ainda é de menino, mas quando me vejo por fora acho que agora sou homem. As minhas responsabilidades são diferentes daquelas que os meus pais tinham com a minha idade, mas os tempos também são outros.

Olho pra frente e fico confiante. Gosto da vida que tenho e acho que o meu futuro também me vai agradar. Me orgulho. Estou feliz. Mais do que isso. Sou feliz.


para mais:



pedro luís e a parede, festival delta tejo, 4 de julho. vale a pena!

terça-feira, 9 de junho de 2009

tempo a mais

3 horas por dia de coisas que interessam e dão prazer de saber, de outras coisas que não interessam mas que são necessárias de saber e algumas poucas que não interessam nem são necessárias saber mas que tenho que saber para despejar algures e nunca mais ouvir falar.

acordar ao meio dia e ir para milão ao fim da tarde, quarto de hotel, umas voltas na rua, acordar as 3 da manhã e voltar para lisboa e ir dormir às 10 da manha. acordar às 14 e voltar pro avião, um menor mas que me dá mais que fazer.

o meu feijão com arroz.

encontrar amigos, falar com a família, resolver aquelas coisas que faltam.

tenho tempo pra tudo. mas existe um conflito quando muitas coisas ao mesmo tempo encontram a minha pouca organização.


e um luxo assim de vez em quando.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

o mapa cor-de-rosa

um dia, alguém teve uma ideia. campeonato do mundo de futebol em África? bora! ficou combinado, 2010, lá estaríamos nós. e como é que se vai pra África? logo aquela do sul, lá embaixo, entre Atlântico e Índico... hmmm, outra ideia do caralho, bora de carro. bem, como é óbvio, em áfrica não andam carros. andam jipes. ok. ir de Lisboa até à Cidade do Cabo de jipe lá pra junho de 2010... tá combinado!
aproveitando os meus conhecimentos africanos, procurei saber se isso era sequer possível. possível é sempre, dizem-me, mas roça o dificílimo. e mais contas de cabeça e de kilómetros e tempo e os países a cruzar e zonas de guerra e rebeldes e coisas que só existem ainda em áfrica, comecei a procurar alternativas. tendo uma base em angola por razões familiares, já ganhávamos uns milhares de kilómetros e passávamos as zonas mais complicadas... e precisaríamos de muito menos tempo.

com certeza, a maioria de vocês já ouviu falar do mapa cor-de-rosa. aquele, que lá para os fins dos 1800 foi reclamado pelo portugueses como território nacional. basicamente, tornar português aquele espaço entre Angola e Moçambique. no fundo, atravessar África de ocidente para oriente, à la Capelo e Ivens... mas com mais de 100 anos de intervalo.

o objectivo continua o mesmo, o campeonato do mundo de futebol na África do Sul, o caminho é que se alterou. agora é o seguinte:

- chegar a Luanda e descer até Benguela (os nossos headquarters) e arrancar daí para só ver mar algures por Quelimane, passando pela Zâmbia (quem sabe Lusaka). Esse caminho ainda está por definir, mas Benguela e Quelimane são paragens obrigatórias. depois é rumar a sul, de Maputo à Cidade do Cabo. Qualquer coisa parecida com isto:


não é preciso convite para entrar nesta expedição. basta só dinheiro e tempo... e um bocadinho de coragem talvez. ah, e fiquem tranquilos: de acordo com o googlemaps, há estradas em África!

domingo, 12 de abril de 2009

maluco beleza

tenho uma especial simpatia por gente maluca. não aqueles malucos que têm por prazer a maldade, mas aqueles que não fazem mal a ninguém. aqueles que falam sozinhos nas paragens de autocarro ou que gesticulam enquanto caminham.

desprovidos da noção de realidade e sem qualquer tipo de censura mental, abordam temas absurdos como o recomeço da guerra colonial ou a perseguição pela televisão. há também aqueles que só abordam a vida alheia, famosa ou desconhecida.

ainda hoje cruzei com um maluquinho desses, que falava alto como se comunicasse com alguém à distância. mal sabia ele que o seu 'amigo' estava ali tão perto, na sua maluca cabeça!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

o que sobrou do céu

todos os dias, ele fecha a porta tosca que mal guarda a sua casa e desce a ladeira até à rua asfaltada. espera pela condução que o leva até ao centro da cidade. demora 50 minutos pra chegar lá.

antes de montar a sua banca, passa no armazém que fica na perpendicular da rua principal pra buscar o que há-de vender. com as costas carregadas, leva tudo até à sua esquina, onde deixa, todos os dias, desmontado o seu 'escritório'. quando acaba de montar a banca e de colocar o seu ganha-pão por cima dela, são 7 horas da manhã. aí começa o seu dia...

hoje não. o horário de verão confundiu o seu relógio e saiu de casa depois das 6h30. a condução demorou mais 25 minutos do que o normal por que o trânsito não era o normal. chegou depois das 8 e perdeu o bom da hora do rush, os seus clientes.
a sua mulher ligou pro orelhão e reclamou dinheiro pra comida e pro remédio do caçula. ele sentiu a pressão de um bolso vazio e um desespero que não lhe era habitual. olhou pra trás e viu demasiado trabalho em vão. olhou pro lado e viu muita gente com mais do que ele sem metade do trabalho. pensou em 6 formas de ter um pouco mais de uma maneira mais fácil.
quis ser mais forte do que isso. arrumou as suas coisas e voltou pra casa com a trouxa nas costas.

faltou luz mas era dia

sábado, 4 de abril de 2009

são gonça, seu jorge

pretinha
faço tudo pelo nosso amor
faço tudo pelo bem de nosso bem (meu bem)
a saudade é minha dor
que anda arrasando com meu coração
não duvide que um dia
eu te darei o céu
meu amor junto com um anel
pra gente se casar
no cartório ou na igreja
se você quiser
se não quiser, tudo bem (meu bem)
mas tente compreender
morando em São Gonçalo você sabe como é
hoje a tarde a ponte engarrafou
e eu fiquei a pé
tentei ligar pra você
o orelhão da minha rua
estava escangalhado
meu cartão tava zerado
mas você crê se quiser...

quinta-feira, 5 de março de 2009

o dia




música: dead man walking, pearl jam