quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sozinho

este sou eu e estou sozinho. e o que sou não me envergonha, mas me confunde. sou um eu que me põe acima de tudo. sou um eu que não previ, mas que me orgulha e, me confundindo, me põe a pensar. como cheguei aqui sem querer aqui estar?

não quis chegar a um ponto em que me achasse acima. não quis chegar a um ponto em que rejeitasse algo por onde passei. não quis, nem quero, nem hei-de querer, fugir de onde comecei... mas fujo, sem querer e sem pensar, e pensando sei que fujo, e que corro. e aquilo que queria ser, de perto e de verdade, já não consigo e tenho asco. só já não sei se o asco vem daquilo que não sou ou se daquilo que não consegui ser.


e me apaixono pelo que me vai na cabeça. e quando vejo que na vida aquilo não é real, mais me agarro ao que penso e ao que me apaixonei... e passa, como passaria mais rápido se o tivesse pensado. e a minha paixão não é pelo que realmente existe, mas pelo que realmente me passa pela cabeça. ah, e como queria que tudo fosse tanto aquilo que quero. mas não. agora, eu sou apenas apaixonado pelo que me vai na cabeça. e sou tão egoísta ao querer que a minha cabeça esteja tão certa, que me perco e acho que o certo é só o que me vai na cabeça. e a minha paixão acaba por ser tudo aquilo que me vai na cabeça. serei eu apaixonado por mim mesmo?


post originalmente criado para o Nariz Azul, num avançado estado de embriaguez, na madrugada do dia 23 de agosto. volto a postá-lo por que gosto dele e porque me foi sugerido.

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