sábado, 22 de novembro de 2008

janta, marcelo camelo



eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
pode ser cruel a eternidade
eu ando em frente por sentir vontade

eu quis te convencer mas chega de insistir
caberá ao nosso amor o que há de vir
pode ser a eternidade má
caminho em frente pra sentir saudade

paper clips and crayons in my bed
everybody thinks that i'm sad
i'll take a ride in melodies and bees and birds
will hear my words
will be both us and you and them together

cause i can forget about myself, trying to be everybody else
i feel allright that we can go away
and please my day
i let you stay with me if you surrender

eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
(i can forget about myself trying to be everybody else)
caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
(i feel all right that we can go away)
pode ser a eternidade má
(and please my day)
eu ando sempre pra sentir vontade.
(i'll let you stay with me if you surrender)

participação de mallu magalhães

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

este fim de semana...

eu estive aqui:


galinhos, rio grande do norte.



bebendo cerveja, falando da vida, voltando ao passado.

a vida é boa e existem coisas que nunca mudam.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

diálogo de horas erradas

"agradeço a preocupação, mas não a quero. é sério.

o que eu quero é que nem penses nisso. deixa andar. eu não penso nisso. eu não me preocupo com o que há-de vir. estou bem agora e não me interessa se o vou estar daqui a dez minutos. estou feliz com o que tenho e por isso deixo andar.

e o deixar andar não é dizer que sei qual será o fim disto. não sei e já passou o tempo em que arriscava a previsão. agora só deixo andar. o tempo é teu, aproveita-o, faz dele o melhor que puderes. sê tu própria e cresce olhando para dentro. eu observo. eu aplaudo.

só quero que olhes para mim e não penses em segundas intenções. quero que estejas comigo quando quiseres estar comigo e que fales comigo quando quiseres falar comigo. não quero que tenhas receio de nenhum dos dois, por nada. não te retraias.

quanto àquilo que eu já falei demais, guarda tudo numa gaveta... pode ser que um dia dê jeito."
monologava ele, pois ela, já de lindos olhos cerrados, sonhava com flores roxas e algodão doce.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sozinho

este sou eu e estou sozinho. e o que sou não me envergonha, mas me confunde. sou um eu que me põe acima de tudo. sou um eu que não previ, mas que me orgulha e, me confundindo, me põe a pensar. como cheguei aqui sem querer aqui estar?

não quis chegar a um ponto em que me achasse acima. não quis chegar a um ponto em que rejeitasse algo por onde passei. não quis, nem quero, nem hei-de querer, fugir de onde comecei... mas fujo, sem querer e sem pensar, e pensando sei que fujo, e que corro. e aquilo que queria ser, de perto e de verdade, já não consigo e tenho asco. só já não sei se o asco vem daquilo que não sou ou se daquilo que não consegui ser.


e me apaixono pelo que me vai na cabeça. e quando vejo que na vida aquilo não é real, mais me agarro ao que penso e ao que me apaixonei... e passa, como passaria mais rápido se o tivesse pensado. e a minha paixão não é pelo que realmente existe, mas pelo que realmente me passa pela cabeça. ah, e como queria que tudo fosse tanto aquilo que quero. mas não. agora, eu sou apenas apaixonado pelo que me vai na cabeça. e sou tão egoísta ao querer que a minha cabeça esteja tão certa, que me perco e acho que o certo é só o que me vai na cabeça. e a minha paixão acaba por ser tudo aquilo que me vai na cabeça. serei eu apaixonado por mim mesmo?


post originalmente criado para o Nariz Azul, num avançado estado de embriaguez, na madrugada do dia 23 de agosto. volto a postá-lo por que gosto dele e porque me foi sugerido.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

o gato que queria ser pássaro

logo pequeno foi separado da sua mãe. talvez tudo tenha começado aí, com essa falta de identidade de raça.

a separação foi brusca e o novo ambiente apresentou-se hostil. esperava-o outro bicho, pelo menos dez vezes maior do que ele. entre berros, latidos e miados, criou-se uma coexistência pacífica com certos momentos de amizade até. mas perdia-se entre os hábitos caninos e outros que tais.

tornou-se demasiado dependente dos donos, um pinga-amor quase. não tinha a delicadeza felina, nem aquele instinto selvagem. era trapalhão e mimado, com requintes de malvadez.

um dia subiu a uma janela. aberta. gostou da vista, aproximou-se do parapeito. ficou maravilhado quando viu aqueles bichos que cantavam e sarabandeavam pelo ar.

todos os dias subia ao parapeito, cada vez mais perto da borda. queria ser um deles. um dia chegou mesmo a ensaiar o salto, mas arrependeu-se a tempo e voltou para trás.

hoje a tentação venceu. tudo lá fora brilhava mais, vibrava mais. atirou-se. e voou, batendo asas que não tinha, em movimentos que desconhecia. voou, voou. mais do que a liberdade, foi o vento no focinho o que mais o maravilhou.

quando embateu no chão, chegou ao céu.



gattuso, sushi, pavarotti, fellini, cabrãozinho... companheiro da lua, bichinho matreiro e brincalhão. vou ter saudades tuas!

domingo, 9 de novembro de 2008

quem vive melhor?


o optimista, esperando sempre o melhor de tudo e vivendo com algumas desilusões?


ou o pessimista, esperando sempre o pior e surpreendendo-se com as coisas boas?




eu próprio já estive mais optimista sobre esta resposta.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

oxford comma, vampire weekend



who gives a fuck about an Oxford comma?
i've seen those English dramas too
they're cruel
so if there's any other way
to spell the word
it's fine with me, with me

why would you speak to me that way
especially when I always said that I
haven't got the words for you
all your diction dripping with disdain
through the pain
i always tell the truth

who gives a fuck about an Oxford comma?
i climbed to Dharamsala too
i did
i met the highest lama
his accent sounded fine
to me, to me

check your handbook
it's no trick
take the chapstick
put it on your lips
crack a smile
adjust my tie
know your boyfriend, unlike other guys

why would you lie about how much coal you have?
why would you lie about something dumb like that?
why would you lie about anything at all?
first the window, then it's to the wall
lil' Jon, he always tells the truth

check your passport
it's no trick
take the chapstick
put it on your lips
crack a smile
adjust my tie
know your butler, unlike other guys
why would you lie about how much coal you have?
why would you lie about something dumb like that?
why would you lie about anything at all?
first the window, then it's through the wall
why would you tape my conversations?
show your paintings
at the United Nations
lil' Jon, he always tells the truth

terça-feira, 4 de novembro de 2008

na palma da mão


passo todos os dias naquela esquina e lá está ela: uma cigana, que busca as mãos dos transeuntes para ganhar a vida.

vezes sem conta, a mesma mulher estende a mão. a cigana lê os vincos e professa.

pela assiduidade da leitura, todos os dias ímpares e enublados, imagino a importância das palavras da cigana na vida daquela mulher. imagino todos os seus passos comedidos, sempre com aqueles conselhos na cabeça, contendo seus actos e suas palavras para não contrariá-los. rege a sua vida sob aquele guião.

a cigana sabe disso. tenta dizer-lhe que não viva só daquilo. que há outros caminhos pela frente. ela própria sabe que o seu ofício pouco tem de científico e aquela dependência aflige-a. é uma responsabilidade demasiado grande para um simples exercício de adivinhação.

já faz uma semana que não vejo a cigana naquela esquina. e três dias desde a última vez que a mulher passou ali, em prantos.

tive que inventar a história para justificar os factos.

domingo, 2 de novembro de 2008

uma mulher só linda



senão é como amar uma mulher só linda... e daí?

samba da benção, vinícius de moraes